Os três brasileiros que brigam por vagas na Fórmula 1 vivem momentos bem distintos. Bruno Senna, por exemplo, parece estar muito bem cotado na equipe de Adrian Campos, e quem garante é o próprio dono.
O dirigente, porém, acrescentou o nome de dois pilotos que trabalharam para ele nas categorias de base: o russo Vitaly Petrov da GP2, dotado de altos patrocínios, e do espanhol Antonio Garcia, campeão com a Campos da World Series, em 2000.
Difícil acreditar que Adrian teria a audácia de escalar dois pilotos espanhóis para compor a dupla. Ou Gene ou de la Rosa deverá ser anunciado dentro de uma semana. O cockpit reservado a um novato pode ser entregue na mão de Bruno, que embora não possa trazer uma mala de dinheiro como o Petrov, possui o tal sobrenome capaz de atrair muitas atenções.
Enquanto Bruno Senna rema pelas beiradas, Nelsinho Piquet despeja verborragia em cima do ex-chefe da Renault. Falando ao programa Linha de Chegada, o piloto ironizou Flavio:
"O Briatore só era meu manager na hora de pegar os 20% do meu salário, assim como ele faz com mais uns cinco pilotos na Fórmula 1. Ele não trabalhava pela minha carreira. Por enquanto, ainda estou ligado a ele, mas é difícil imagina-lo brigando para me recolocar em outra vaga na categoria".
Na mídia internacional, Nelsinho foi ainda mais incisivo, classificando Briatore como "um ignorante sobre Fórmula 1".
"Se você ouvir o rádio, é como uma piada. Ele não tem ideia do que está acontecendo na corrida. Às vezes ele pergunta se um piloto tem pneus slicks ou de chuva quando é óbvio", disse à Autosport. "Todo mundo sabe que seu ego é maior que qualquer outra coisa. Ele gosta de aparecer. Você pode ser um empresário muito bom, mas a equipe de F-1 pode ir muito bem sem ele. Quando comecei, ele frequentava os encontros, mas, tirando o lado dos negócios, ele faz comentários que não têm sentido algum".
"A única coisa boa que a equipe tira dele é a boa relação com Bernie e a FIA. Fora isso, ele não sabe o que está acontecendo. É como ouvir algo que minha irmã diria sobre o carro. Pat Symonds é o cara que realmente entende o que acontece no time".
Todos sabem que Briatore jamais entendeu nada de carro, o próprio admite isso. A parte técnica nunca coube a Flavio. Lamentavelmente, essa revolta de Piquet pode contar negativamente para os chefões das outras equipes, que podem (ou não) vir a lhe contratar futuramente. Mas ele não parece muito preocupado com o efeito dessas palavras:
"Somos livres para dizer o que sentimos e não vejo motivos para mais pilotos não fazerem o mesmo. Era importante para todo mundo saber o que estava acontecendo, e não esconder, como muitos outros pilotos fazem por medo de colocar a carreira em risco".
Em muitos casos, medo nada mais é do que instinto de sobrevivência. A sinceridade ímpar de Nelsinho é apreciável, no entanto dificilmente ganhará algo agora por descer a lenha em Briatore. Melhor seria evitar conflitos e se concentrar num modo de sobreviver dentro da Fórmula 1 (embora isso seja responsabilidade do Piquet pai).
Já Lucas di Grassi também mantém conversas com alguns alvos na categoria máxima, e as negociações seriam facilitadas caso viesse o tão sonhado título da GP2.
Paralelamente à competição-vestibular da F-1, Lucas trabalha junto à fábrica Kart Mini na construção do factóide batizado de Monstro: um kart feroz bimotor que gera 68cv de potência. Para criar a aderência mais adequada, as rodas dianteiras têm as dimensões das traseiras, ao invés de serem mais estreitas como de costume.
O brinquedo possui um sistema de freios peculiar. A asa traseira é o cartão de visitas, e o assoalho dá aquela acelerada no fluxo de ar por baixo do carro.
O kart já famoso mereceu vídeo no dia do shakedown.
9 comentários:
Vixe...
eu não sei quem é pior... se é o DLR ou o MG...
Gostaria muito de ver Bruno Senna na Fórmula 1. Espero que esta vaguinha na Campos seja dele. Lamentável a atitude do Nelsinho, isso acaba queimando o próprio piloto. Se continuar assim, fica desempregado.
Abraço!
Leandro Montianele
Adoraria ver Bruno Senna de volta a F1. Não digo isso por causa do seu tio ou porque ele é brasileiro, mas digo pelo fato de Bruno ser uma ótima aposta na F1. Boa sorte, Bruno!
Crio que o sobrenome de Senna vale mais que a mala de dinheiro que o russo pode trazer, afinal atrai atenção e com um bom trabalho o dinheiro aparecerá.
Nelsinho é aquilo que queriamos, piloto com conteudo nas entrevistas. Pena estar desempregado.
Bruno Flávio disse:
É engraçado... de fora, vejo os pilotos como astros, super-heróis, quase semi-deuses, intocáveis, inatingíveis, aos quais nós, fãs do esporte, prestamos reverências.
Mas dentro da equipe, cada vez mais os vejo como simples funcionários (muito bem pagos, claro, mas funcionários), que têm que se preocupar com desempenho, rivalidades internas, ciúmes, necessidade de mostrar desempenho, engolir uns sapinhos de vez em quando etc.
Acho que eles sentem o mundo corporativo tal qual um funcionário de uma empresa privada que quer subir na carreira.
Entendo a revolta do Nelsinho Piquet e ela é totalmente justa. Mas, já sabendo do histórico do Briatore (pô, até o Nelsão trabalhou com ele e viu de perto a primeira vitima do italiano), por que diabos deixou ele gerenciar sua carreira na F1? Será que não havia outra forma mais segura de entrar na categoria?
Coitado do Piquet. Vai ser difícil dar a volta por cima. Já SEnna e Di Grassi ainda tem muito a mostrar.
Maciel, acho q o Nelsinho num ouviu akela velha lição de quem está a procura de um outro emprego: "nunca fale mal do emprego anterior, empregadores não gostam disso". Alguém ae berra isso no ouvido dele, pq essa valentia toda agora tah acabando com as chances dele mesmo.
Que aerofólio perigoso.... Decapitações?
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