quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

US in F1

Por alguma razão, toda vez que resolvo parar e me perguntar "isso pode dar certo?", a primeira resposta que me vem é "não, isso não vai dar certo".
Ainda não havia comentado nada a respeito, mas parece que os experientes Ken Anderson e Peter Windsor não estão para brincadeira: querem fundar uma equipe americana de F-1 em 2010, denominada USF1.
A escuderia deve usar como sede algum edifício da Univesidade em Charlotte, Carolina do Norte. Os profissionais inspiram confiança e demonstram muita vontade de concluir a empreitada. Neste momento, tudo leva a crer que sairá do papel.
Evidentemente, todo time novo é bem vindo aos boxes, já que ele anda cada vez menos povoado. Mas a notícia do american team parece um momento decisivo na relação EUA-F1: Agora é tudo ou nada. Ou os americanos voltam seus olhos para a categoria e finalmente passam a apreciá-la, ou nunca mais irão querer ouvir falar dela.
As previsões negativas começam pelos pilotos prata da casa. Segundo Ken Anderson, "pouca gente sabe, mas temos americanos talentosos na Europa que estão indo muito bem agora".
Confiar em competidores estadunidenses dentro de um cockpit de Fórmula 1 é uma opção bastante ousada. Na terra do tio Sam, a cultura aponta para um automobilismo vibrante, imprevisível, perigoso, marcado pelo intenso pé-embaixo, pelas bandeiras amarelas, pelo revezamento na liderança, pela prova decidida na volta final. O conceito de corrida é outro. Quem tenta seguir um rumo diferente dificilmente obtém sucesso. Não por acaso somente um único ser humano nascido nos Estados Unidos chegou ao título mundial da F-1.
Se os planos que o USF1 tem para a peça entre o banco e o volante não surpreendem, por outro lado a equipe promete trabalhar com uma respeitável estrutura.
A Honda tinha excelentes instalações, no entanto...
O grande risco desta iniciativa é o fato de pintar o carro de azul, espalhar estrelas brancas e adicionar umas linhas vermelhas. O momento que anteceder as disputas de pista motivará muitos torcedores, mas o orgulho norte-americano talvez não seja obrigado a tolerar sua bandeira-móvel levando tempo da Force India. É mais do que uma aposta empresarial, é uma apelação nacionalista. Lembrando que não estamos falando em brincar de Copa do Mundo na A1GP; isso é Fórmula 1.
A primeira impressão indica que se trata de um ultimato, porque se os americanos não absorverem a modalidade máxima do automobilismo a partir de agora, não a aceitarão mais. Seria interessantíssimo para Ecclestone conquistar o grande mercado, mas a investir na mão de obra de engenheiros e pilotos americanos para conduzir um bólido nos moldes internacionais - tão distante do modelo estadunidense de competições - é assumir uma dura responsabilidade.
Tentam converter os americanos através de uma equipe, não pela categoria em si. Se a equipe fracassar, é porque a categoria definitivamente não vale a pena. A partir de 2010, Bernie certamente vai ter por quem torcer.

9 comentários:

Ron Groo disse...

Acho que é 50/50.
Tem tantas chances de naufragar quando de dar certo. Afinal americano também não é mané de jogar dinheiro em barca furada.
E quanto a Ecclestone ele deve mesmo estar esfregando as mãos e perguntando: '-Por quê não este ano?'
Além de trazer os estadunidenses pra categoria ainda há grande possibilidade de termos a Danica Patrick em um dos cockpits.
Ou seja: Dois coelhos com uma caixa d´agua só!
Americanos e mulheres piloto na F1.
Que venham logo!
O resto o tempo resolve.

Unknown disse...

Olá Felipe, parabéns pela indicação do selo do Continental Circus do Speeder 76.

Acredito que teremos ótimos shows com estes nomes.

abs

Loucos por F-1 disse...

Isso é uma grande incógnita meu caro Felipe. Tomar tempo da Force India acho que também não né, mas poderá ficar no pelotão intermediário.

Agora saber se o povo americano vai se interessar já é outra história, até porque saiu bastante do padrão de automobilismo deles.

Vamos esperar para ver o que vai dar. Estou com o Groo, 50/50.

Abraço!

Leandro Montianele

kimi_cris disse...

Acho que existem grandes hipoteses de essa equipa ser um fracasso, essa é a minha opinião...

Grande Abraço!


Kimi_Cris

Anônimo disse...

Mais uma equipe pra durar um ano e meio na F1 e fechar as portas. Até quando a categoria vai permitir que aventureiros deixem os grids às moscas???
www.motorizado.wordpress.com

Marcos Antonio disse...

é uma grande incógnita essa Equipe. Tanto a Danica quanto o Marco Andretti são cotados pras as vagas.

E o único americano campeão da F1 não nasceu nos EUA,Nasceu na Itália...

Felipe Maciel disse...

Marcos, você se refere ao Andretti, que nasceu na Itália, mas o Phil Hill era americano "da gema".

Abraço a todos

Marcos Antonio disse...

me deu um estalo agora: putz é o Phil Hill que o felipe tava falando!
dããããã

Foi mal!

Anônimo disse...

Seria expetacular para a fórmula 1 o sucesso dos americanos. Isso poderia trazer também Indianápolis de volta ao calendário.

A melhor dupla de pilotos que uma equipe americana pode ter na fórmula 1 é com Marco Andretti e Danica Patrick.