domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ferrari de olho nos talentos do Brasil



FELIPE MACIEL


A forte relação de Felipe Massa com a Ferrari está abrindo boas portas para o automobilismo nacional. O apadrinhamento das novíssimas competições F-Future Fiat e Troféu Linea foi só o primeiro passo do investimento da Ferrari aqui no Brasil.

Este país é, por si só, uma fonte de talentos para a F-1. Começou com Chico Landi em 51, consolidou-se com Emerson Fittipaldi na década de 70 e chegou ao auge com Ayrton Senna, de 80 pra 90. Vira e mexe, e o Brasil eleva seu número de "representantes" num campeonato. Em 2010, por exemplo, já são 3 garantidos com mais um esperando confirmação.

Diga lá, qual foi o último ano que faltou piloto brasileiro no grid? Faz um tempinho, não? No entanto, a decadência do automobilismo brasileiro acompanhado pelo descaso da CBA já provocou previsões temerárias a respeito do futuro dos brasileiros na categoria máxima, graças ao desperdício de talentos que se promovia por aqui. Mas a coisa começou a engatinhar para melhor com o ressurgimento da F3 Light Sul-americana em 2009.

Dando continuidade ao resgate de nosso esporte a motor, em breve alguns pilotos nacionais poderão participar de competições e programas sustentados por ninguém menos que a tradicionalíssima Ferrari.



Maranello demorou mas finalmente resolveu cair de cabeça no desenvolvimento de jovens a serem levados para a F-1. Neste momento, Jules Biachi encabeça a lista da equipe, porém é necessário ir fundo nesta atividade e selecionar potenciais campeões desde seu nascimento nas pistas.

Pensando nisso, a categoria de monopostos da Ferrari no Brasil servirá de trampolim para jovens integrarem o programa da escuderia. Sabe-se que dois competidores da F-Future Fiat serão congratulados com tal oportunidade. Mas a marca também pensa em incentivar desde o degrau mais baixo da escala automobilística: o kartismo.

O projeto chama-se Akartdemia. Consiste basicamente criar torneios regionais monomarca e colocar a galera pra acelerar, até que os competidores mais evoluídos são enfim convocados para o Permanent Driver Evaluation, onde receberão tratamento completo, incluindo aulas de inglês e italiano, preparação técnica associada ao fator telemetria, e por aí vai.

Na sequência do programa, os indivíduos ganham o passaporte para a Europa, onde tudo começará na F-Abarth, e a carreira seguirá administrada pela própria Ferrari. Este é um resumão da ópera contada com mais detalhes pelo Tazio.



Claro que não faço nem nunca farei parte da onda eufórica que assiste à F-1 para ouvir o repetitivo Brasil-sil-sil, mas tenho motivos para acreditar que esse país possua enorme potencial nas pistas, e considero lamentável o desperdício de talentos que ocorre por falta incentivo. E se não fosse a intervenção externa, a capacidade de enviar grandes pilotos ao monopostos internacionais tendiam a definhar.

Reverências à Ferrari pela iniciativa e a Felipe Massa por abrir boas portas aos brasileiros que possuem capacidade e necessitam de uma força que empurre para frente e contraponha a avalanche de infelicidades instaurada neste território, onde as categorias morrem, os circuitos são engolidos por mato e os pilotos têm cada vez menos saída para trilhar o sucesso que merecem buscar.

5 comentários:

Thiago Wilvert disse...

Muito boa a iniciativa da Ferrari!

Marcelonso disse...

Felipe,

É louvável a iniciativa dos italianos,tenho visto o kartismo minguar por esse nosso país,aqui em SC está em franca decadencia,pistas fechando dando lugar a condominios e as categorias que restam ao invés de buscar a união querem se matar.
Quem sabe essa semente lançada possa trazer belos frutos no futuro.


abraço

Darlan de Oliveira disse...

ola eu queria seber o que precisa para se inscrever no F-Future Fiat. E tambem queria ssber se a idade interfere em alguma coisa .

Grato

Mauro Miranda disse...

Acompanho as transmissões dos grandes prêmios desde 1972, quando as mesmas se iniciaram no Brasil. Jamais deixei de assistir também os treinos classificatórios, que antecedem aos grandes prêmios.
Um esporte que para mim, amante da alta velocidade, performance e da competitividade esportiva. Tem o seu ponto mais alto, belo, encantador e emocionante na soma representada pelo trinômio de sucesso formado por homem, máquina e equipe.
Contudo, a direção esportiva da escuderia vem na contramão de tudo isto, quando num jogo que é muito “feio” de ver,subverte os valores mais autênticos e verdadeiros de uma competição.
Vejo-me na contingência de concordar com o comentário de um GRANDE PILOTO que já defendou as cores da Casa de Maranello, "Senhor Niki Lauda", que afirmou simplesmente: "É UMA VERGONHA!".
Ele está certo! É indiscutivelmente "VERGONHOSA" a atitude da "direção da escuderia", e pior, não é a primeira vez. A "BEM DO ESPORTE" e do respeito que nos devem, poderia ser a última; não concordam?
M.Miranda - Brasil.

Adalmir Garutti disse...

Mas que porcaria de corrida eim? Mais uma vez fomos logrados pelo (cavalao rampante) que nos deu outro coise, mas já se tornou um habito não é mesmo! Desde de Rubens e Michael, uma vergonha segundo SR. Nick Lauda, bem vou deixar de assistir a F1 e ver a Formula INDI e não mais comprar ou adquirir qualquer produto relacionado a Marca Ferrari, palhaçada das grandes CONFIRMA?
Pase essa ideia , talvez eles nos respeitem um pouco mais.