quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ferrari contra Mosley: o retorno



FELIPE MACIEL


O quebra-pau ganhou um último suspiro. Enquanto o Mundial não começa, Ferrari e Mosley voltam a se estranhar pelos mesmos velhos motivos.

Ele não preside mais a FIA; na verdade, Max possui cadeira no senado da gestão Jean Todt, mas mal comparece às reuniões, limitando-se a entrar em contato com o francês para emitir opinião quando solicitado. Para Maranello, porém, as dores do passado ainda merecem menção nas páginas esportivas.

A Ferrari emitiu um comunicado detonando Mosley, como se jogasse na cara do inglês as mazelas herdadas desta conturbada fase final de seu mandato.



De fato, Max travou uma luta ferrenha contra as montadoras, minando a cada dia o interesse das corporações em manter-se na categoria. A F-1 deixou de ser vista como laboratório de desenvolvimento, uma vez que o ex-presidente impôs uma série de restrições e ainda ditou o que deveria ser construído em termos de novidade tecnologíca: o KERS, o produto certo inserido na hora errada.

O crescente desânimo na aglutinação dos fatores gerou a debandada das montadoras. Mosley trouxe a Cosworth para fornecer a baixo custo às escuderias novatas. Era o mínimo, afinal, com a saída de Honda, Toyota, BMW e a Renault batendo na trave, poderia faltar motor num grid de 26 carros. Mas o que o time de Montezemolo destaca é a troca de equipes com potencial competitivo por outras que amargam um problema após o outro, sabendo que passarão a temporada 2010 se humilhando no pelotão do fundo.
Este é o legado da Guerra Santa que foi travada pelo presidente da FIA. A causa em questão foi permitir que equipes pequenas entrassem na F-1. Este é o cenário: duas equipes vêm fracas para o início do campeonato, uma terceira está sendo empurrada por uma mão invisível _tenha certeza de que não é a mão de Adam Smith_ e, em quarto, bom, você deveria ligar para as pessoas perdidas e descobrir isso.

Nesse meio tempo, perdemos dois construtores no meio do caminho, dos níveis de BMW e Toyota, ao passo que a Renault, não sobrou muito além do nome. Tudo isso valeu a pena?

Trecho final da nota crítica da Ferrari



Os comentários ferraristas também ironizaram as manobras de Bernie Eccletone para encaixar as equipes na Fórmula 1, mas os ataques foram mesmo direcionados a Mosley. E o pior de tudo: ele respondeu... daquele jeitinho estupidamente apelativo.

Max comparou a Ferrari a uma mulher de meia-idade, invejosa devido à atenção recebida pelas novas e belas mulheres que acabam de chegar. Também contrapôs as acusações de desordem nas novas equipes, lembrando a Ferrari do incidente no GP de Cingapura de 2008, para ele um verdadeiro exemplo de confusão.



Fora os excessos de Mosley para lidar com as críticas, o britânico confirmou ao jornalista James Allen algumas informações importantes que circulam na imprensa. Ele acredita na fusão da Campos com a US F1 e alerta para a oposição da Ferrari à entrada da Stefan GP, em função da presença de Mike Coughlan, designer chefe da escuderia.

Mesmo que duas equipes se tornem uma só, faz-se necessária a concordância das escuderias para que a 13ª vaga seja repassada à Stefan. A Ferrari será a primeira a se opor, mas não a única: a Red Bull é outro exemplo de resistência. Naturalmente a McLaren, ex-empregadora de Coughlan, também será. E por aí vai.

3 comentários:

Pinheirinho - Brasília/DF. disse...

Ferrari ataca a FIA. Escuderia italiana critica entidade por ter dado lugar no grid para USF1 e Campos, que atravessam problemas financeiros. Max Mosley também foi lembrado.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com

Kimi_Cris disse...

Concordo com a Ferrari é inademissivel a menos de um 1 mes do inicio do Mundial duas equipas inscritas nao terem monolugar, quando havia estruturas como a Epsilon com muito mais capacidades para participar.

Grande Abraço!

Kimi_Cris

Luiz Sergio disse...

Será que existe nessa guerra que realmente ame a Formula Um?