domingo, 6 de abril de 2008

Mosley argumenta

BMW e Mercedes foram as primeiras montadoras a lançar suas críticas em público, e Mosley prontamente respondeu. Mas logo depois, outras marcas se juntaram a elas.
O Automóvel Clube da Alemanha (Adac) foi a primeira entidade nacional a disparar apelos solicitando a retirada do presidente da FIA, que logo emitiu uma carta de resposta, a qual o site Autosport teve acesso. Segue a transcrição na íntegra, traduzida pelo Globoesporte.
"Se eu tivesse sido flagrado em alta velocidade em uma via pública ou acima do limite de álcool (mesmo na Suécia, onde ele é muito baixo), teria saído no mesmo dia. Mas neste caso, um tablóide sensacionalista obteve de maneira ilegal fotos de algo que fiz na esfera privada. Apesar de ser considerada inaceitável por algumas pessoas, foi inofensiva e completamente legal. Muitas pessoas fazem coisas em seus quartos ou têm hábitos pessoais que alguns acham repugnantes.
A acusação não deveria ser o que fiz, mas o fato de que se tornou público. Mas eu não tive participação nisso, embora tenha me esforçado para mantê-lo privado. Fui a vítima de uma conspiração nojenta. A conotação nazista é pura fabricação. Isso ficará claro quando a questão for julgada. O jornal inventou isso para apimentar sua história e usar a história da minha família.
Para resumir, não acho que eu tenha feito algo errado. Quem fez isso foi o jornal. Por isso, estou com um processo na Justiça. Não acho que isso deva abalar meu trabalho na segurança dos carros. Acredito que os adultos do século XXI não devam se preocupar com questões sexuais privadas, enquanto sejam legais e inofensivas. Colocarei meu ponto de vista na Assembléia da FIA".
De minha parte, uma carta muito bem argumentada e cheia de razão.
Trata-se, de fato, de um ato imoral porém legal. Não infringe as leis dos homens, apenas é mal visto pela maioria das culturas no mundo. Talvez infrinja as leis de deus, por isso não nos cabe julgar. E se está com "d" minúsculo é porque depende do deus, afinal existem vários nas diversas religiões espalhadas pelo mundo, o que tornaria essa discussão ainda maior e muito mais confusa.
Mosley está correto ao afirmar que seria inaceitável um presidente da FIA ser "flagrado em alta velocidade em uma via pública ou acima do limite de álcool". É o tipo de falha pessoal que tem repercussão direta em seu trabalho, pois ele representa os 100 milhões de motoristas ao redor do planeta. Mas o que ele faz pelado entre quatro paredes é um problema particular, unicamente.
O grande empecilho é a incapacidade humana de separar a coisas. Essas criaturas são sensíveis e vulneráveis a qualquer deslize; não conseguem manter o respeito pelo profissional após um escândalo que diz respeito à vida pessoal. Há quem consiga, mas definitivamente não é o caso da maioria.
Logo após o protesto da entidade alemã, foi a vez do Automóvel Clube Americano (AAA). São dois dos maiores clubes filiados à FIA. Holanda e Israel também registraram seu repúdio à permanência de Mosley. Declarações de apoio ao presidente estão ficando cada vez mais escassos, e a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) representa a exceção. Paulo Scaglione apóia Mosley, mas ele é só um brasileirinho contra esse mundão todo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Fora Mosley !!!!!!!!!!!

--> http://netesporte.blogspot.com/