segunda-feira, 18 de maio de 2009

Rubens em nova entrevista

Barrichello falou em entrevista ao site Lance!. Não tive tempo de ler tudo e provavelmente nem terei, mas vou destacar duas perguntinhas, ambas relativas à Ferrari.
A primeira trata de um dos momentos mais negativamente marcantes em sua carreira.
LNET!: Você faria alguma coisa diferente na sua carreira?
RB: Eu não faria nada de novidade. Tudo que é bem feito ou mal feito serve como aprendizado. Não mudaria nada. Mas se você me pega hoje, com a mentalidade que estou, sem medo de ser feliz, sem medo de falar aquilo que eu acho que é verdade, provavelmente eu não deixaria o Schumacher passar (no fim do GP da Áustria de 2002). Mas se você me perguntar se eu voltasse atrás e naquele momento eu faria diferente, digo que não. Porque foi o que foi falado no rádio, eu não tinha o que fazer. Naquele momento eu tinha de deixar passar. Mas hoje eu teria peitado.
Fico me perguntando se ele diz isso porque a circunstância de campeonato não explicava o incidente ou se, mesmo em caso de necessidade para a equipe, ele se recusaria a deixar passar. Em outras palavras: a declaração serve ou não de recado para o Button (dependendo do desenrolar da temporada)?
LNET!: Sair da Ferrari foi um alívio?
RB: Foi, porque eu vi que não conseguiria chegar aonde eu queria. Na minha ida para a Ferrari eu tinha com certeza o desafio grande de correr com o Schumacher, mas era isso o que eu gostava naquela situação. Você teme porque você nao sabe o que vai fazer, mas o desafio de correr contra ele e de ganhar dele era o grande barato do negócio, nos primeiros anos eu literalmente comi merda para crescer lá dentro. Em 2005 o nosso carro não era o melhor e se viu que em dificuldades maiores os caras ficaram piores em termos de relacionamento, aquela prova de Mônaco eu estava tentando passar o Ralf (Schumacher) para ele vir junto, quando eu vi tomei uma paulada no meio do nada. O cara me bateu jogando o carro em cima. Ali comecei a ver a coisa diferente. Aí entrou eu mesmo. "Mas aí você nao deveria ter ficado para ter um carro competitivo quando ele parasse?". Talvez, mas eu nao aguentava mais, eu não era eu, eu não era feliz.
Não faltaram motivos para o Barrichello deixar a Ferrari, partindo do princípio de que seu objetivo era se tornar campeão. Mas conferir à ultrapassagem em Mônaco um peso especial em sua decisão de retirada é algo que sempre relutei em entender. Foi uma disputa relâmpago, porém limpa, que valia a sétima posição a poucas voltas do fim. Michael não tinha a menor obrigação de esperar a hora em que Rubens enfim resolvesse superar Ralf Schumacher, e ainda torcer para que houvesse espaço suficiente para as duas Ferraris passarem a Toyota ao mesmo tempo.
Nunca compreendi essa pseudo-polêmica que o brasileiro lançou sobre aquela manobra. Seria até mais inteligível se reclamasse da disputa na curva 1 de Indianópolis naquele mesmo ano. Mas talvez a irritação em Mônaco não passasse de uma gota d'água, após anos e anos engolindo sapo numa equipe que não tinha olhos para ele.
O fato é que tratou de arrumar uma vaga com Gil de Ferran na Honda. O resto é história.

6 comentários:

Felipão disse...

Concordo com vc, Felipe... E na entrevista é a mesma coisa de sempre... O Barrica não muda mesmo...

Ron Groo disse...

Nesta entrevista também disse que nunca foi "Pé de Chinelo".
Concordo, é rico e bem de vida, logo não é pé de chinelo. É a unica coisa que eu concordo com ele.

Quanto a história da ultrapassagem na Austria.
Bem... Com a coragem que a distância dá fica mais facil falar.
Acho que esta "coragem", esta "determinação" que ele diz é tudo da boca pra fora.
Que futuro tem ele na categoria se sair por ai se rebelando agora?
À epoca podia até ser, mas ai se acovardou...

Anônimo disse...

"Tudo que é bem feito ou mal feito serve como aprendizado."

A impressão que eu tenho, é que Rubens Barrichello não aprendeu muito não. Gaba-se de ser muito experiente, mas demonstra uma imaturidade enorme quando abra a boca.

lutch disse...

é bonito demais esse carro da ferrari... álias, no ano de 2005 e 2006 os carros estavam muito lindos... boa parte deles pelo menos

Anônimo disse...

É, é exatamente isso. O episódio em Mônaco'05 foi a cereja do bolo, não foi o lance em si, isolado, que culminou na saída de Barrichello da Ferrari.

Bruno disse...

Aquela ultrapassagem na Austria foi o carro chefe para Barrichello. A partir daquele dia ele mostrou que era só um brasileirinho contra o resto do mundo...não foi isso que ele sempre quis?
Abraços.