segunda-feira, 27 de julho de 2009

A dura realidade das corridas

Num intervalo de uma semana, as corridas de monopostos passaram por momentos terríveis.
Caminhando num grau de tragédia decrescente, começamos com a morte de Henry Surtees, na Fórmula 2, onde o jovem piloto foi morto após ser atingido por uma roda que se soltou do carro de Jack Clarke.
No fim de semana seguinte, Felipe Massa sofre duplo impacto, ao ser acertado na altura do capacete por uma mola em altíssima velocidade, deixando-o desacordado e provocando, por consequência, um choque de alta desaceleração contra a barreira de pneus. Ainda não se sabe quando voltará a correr. Nem "se" voltará. Muito embora o brasileiro esteja reagindo bem até o momento.
No domingo, um acidente também inusitado na F-Indy. Um problema de reabastecimento jogou combustível dentro do cockpit de Tony Kanaan, que sofreu queimaduras de segundo grau. Mas se saiu relativamente bem do episódio.
Uma pergunta simples: O que os três infelizes fatos têm em comum?
Por mais que se avance no estudo da segurança, haverá outros caminhos a serem explorados. Batidas fortes não são tudo. Outros pontos de vulnerabilidade ficam em evidência neste momento. Está claro que o piloto possui este ponto fraco: sofrer um inesperado ataque de agentes externos em direção ao seu cockpit.
Vi no Speeder, que viu no Gomes, a imagem que vem a seguir. O desenho foi criado em 2005, numa tentativa de prever o design dos carros em 2015. Talvez o autor tenha acertado em cheio.
A forma de sanar essa brecha na segurança seria desenvolver um disposito de semelhante natureza ao que se vê na criativa foto. Deve-se começar a pensar no material resistente a ser usado, investir na realização de testes, criar mecanismos simples de abertura - internamente e externamente -, inserir formas adequadas de passagem de ar, dentre outras características que os engenheiros podem criar, talvez com facilidade muito superior aos desafios exigidos pelo desenvolvimento do desprezado KERS.
Parece que estamos diante do novo passo rumo a um contexto de segurança cada vez melhor. A questão pode ganhar importância até mesmo na eleição dos candidatos à presidência da FIA.
Mosley obteve muitas conquistas em sua passagem, agora é hora de se retirar e passar o bastão para outro alguém. Nesta temporada, a entidade do inglês fica impossibilitada de promover tais alterações nos bólidos, o máximo que poderá ser feito é punir equipes, como forma de repreender na marra as falhas indesejáveis pela própria escuderia. Como é o caso vivido pela Renault, no incidente da Hungria.
Punição não resolve problema de segurança. Mas como, a curto prazo, nada pode ser feito para resolvê-lo, aplica-se uma sanção em meio ao desespero derivado da realidade estampada nas últimas corridas. No entanto, a longo prazo uma solução mais científica deve ser posta em prática. Se não for essa da imagem acima, que seja outra solução. E se não for para 2010, que seja feita até 2011.
O automobilismo de fórmula agradece.

6 comentários:

Marcos Antonio disse...

Essa série de acidentes realmente assuta um pouco,mas fazer pilotos de monopostos a correr com uma bolha como se fosse um caça acho exagerado, até porque todos nós sabemos que o automobilismo em si é fascinante e perigoso. Mas mais prático verificar peças que se soltam e mecânicos que falham e esquecem de tirar a mangueira.

Willian disse...

Também vi no Speeder essa. Seria realmente uma boa solução.
Acredito que possa até ser objeto de debate nas eleições da FIA.

PGomes disse...

Olá,
Não acho que esta é a solução, sempre haverá o imprevisto, o acaso causado por erro de alguém(errar é humano)e até que ponto os pilotos aceitariam tal medida?
Saindo um pouco do assunto, se vc. gostar de ver corridas antigas acesse meu blog e assista alguns vídeos, modestos, dos anos 40 no circuito da Gavea. Foram feitos por meu avô.
Espero que gostem,
Abçs,
Pedro Gomes

Mário disse...

Pode parecer estranho e exagerado a primeira vista, mas era o que achavam quando, se não me falha a memória, o Emerson Fittipaldi, um dos pioneiros a utilizar os capacetes fechados, surgiu com a novidade. As pessoas achando que a "cápsula" tira o aspecto de carros de corrida, mas eu acho sim que essa medida vai ser aplicada, como no esboço. Só não acho que os carros terão esse visual retrô anos 70.rsrs

Anônimo disse...

Ótimo post,

Eu acho uma boa!

Ron Groo disse...

Foi muito legal ver a solidariedade e peocupação de todos nos pits quando o carro de Tony pegou fogo. Apareceram muitas pessoas com muita agua e todos jogaram nele para apagar o fogo. Até mais do que era realmente necessário.
Foi muito legal mesmo.