sexta-feira, 24 de julho de 2009

Em defesa de Alguersuari

A estreia de Alguersuari vai ser um teste e tanto. Considerando o oposição de outros pilotos e a desconfiança de fãs e jornalistas, o espanhol terá de mostrar seu valor psicológico. Sob o calor de Budapeste, um desafio ainda maior, que é a prova física num circuito exigente, sem muitas retas para respirar.
A turma do fundão deverá largar com certo receio sobre uma possível trapalhada do novo recordista etário da categoria. Mas ninguém melhor que seu chefe para argumentar a favor do piloto e explicar como se deu esta escolha.
Para começar, Tost falou da essência da Toro Rosso: "Quando a Red Bull de Dietrich Mateschitz decidiu criar uma segunda equipe, uma das principais metas era a de dar aos jovens condutores, sobretudo do programa de jovens pilotos da Red Bull, a oportunidade de entrar na F-1".
Curioso ele dizer que primeiro optou por tirar o Bourdais, e depois pensou num nome para estrear. E não o inverso. Sinal de que a entrada de Jaime era a solução para a insatisfação do time com o francês. Ao invés de a saída do Bourdais ser a solução para a Toro estrear quem ela queria:
"E quando nós decidimos mudar nosso piloto há algumas semanas, estudamos todos os dados dos jovens pilotos da Red Bull, e o resultado mostrou que Jaime era ao mais experiente e o mais bem-sucedido. Então decidimos escolhê-lo. Estou convencido de que ele virá com uma boa performance e se dará muito bem na categoria".
Quer dizer que com essa idade e, principalmente, com esse currículo razoável, Jaime é o mais experiente e bem-sucedido de todo o programa? Bem, por outro lado, o fato de ser novo pode explicar o currículo pouco rico. Ok, vamos adiante.
Tost continuou enumerando seus argumentos a favor do espanhol: "Eu gostaria de acrescentar que ouvi algumas pessoas dizendo que ele não é experiente o suficiente. Mas é sempre uma pergunta difícil de responder quando um piloto é experiente o bastante para entrar na F-1. Só posso dizer que o Jaime tem feito até agora 118 corridas. Ele ganhou 17 corridas e subiu 46 vezes ao pódio", e prosseguiu: "Ele ganhou no ano passado o campeonato de F-3 Inglesa e, neste ano, na World Series, está a subindo de performance corrida após corrida".
"Além disso, como todos sabem, o novo regulamento diz que não há mais testes por motivos financeiros, e portanto não é fácil trazer os novos pilotos à F-1. Você tem que iniciá-los aqui. Eu acho que ele tem uma boa base e que é experiente o suficiente para fazer um bom trabalho".
Essa é a grande questão, que inclusive já escrevi sobre, há poucos dias. Como de costume, Mosley tapa um buraco e abre outro. Antes que se torne moda demitir alguém no meio da temporada para que o estreante treine para o campeonato seguinte, a FIA bem que poderia especificar umas duas ou três semanas de testes para novatos ao longo do ano, além dos treinos já previstos ao final da temporada. Basta proibir que ocorra desenvolvimento de peças novas nessas sessões, para que os times não tentem se aproveitar da situação.
A perda de valor da profissão de test-driver não faz bem a quem tenta ingressar na categoria, e pode fazer mal a quem tenta se manter nela - vide o Bourdais. Esse buraco precisa ser competentemente tapado até o ano que vem.

3 comentários:

kimi_cris disse...

Ele não se saiu nada mal...

Grande Abraço!

Kimi_Cris

Marcos Antonio disse...

ainda cho temerário ter alguém tão inexperiente pra dirigir um F1...Realmente tem qu evoltar essas sessões com novatos, pra eles terem experiência...

Unknown disse...

é temerário mesmo, mais como diz o felipe é uma consequencia direta da perda dos testes, um sacrificio doloroso pra esportividade da F1. e se não tiver equipes novas suficientes, isto vai ser cada vez mais comun