terça-feira, 14 de abril de 2009

Cabeças a rolar

Faz uns três anos que a Ferrari não para de remanejar suas cabeças. Engenheiro de fábrica se torna gerente, gerente vira diretor, diretor passa a ser faxineiro, faxineiro se torna projetista, projetista passa a ser chefe de engenharia, o antigo chefe vira amigo dos pilotos, pirulito se transforma em semáforo e a equipe só anda pra trás.
Após as duas primeiras etapas da temporada, Stefano Domenicali sai de Sepang reclamando de seu pessoal sem citar nomes, Montezemolo realiza mais uma reunião com o grupo e poucos dias depois o time anuncia mais uma mexida. Desta vez, Luca Baldisseri foi golpeado.
O então gerente recebe a incumbência de atuar no setor da fábrica de Maranello. Chris Dyer assumirá o seu papel no pit wall. Vai dar certo? Bem... se não der, eles embalharam as cartas novamente.
Como consolo, a Ferrari pode observar que os boxes vizinhos também sofrem lá suas dificuldades. Quem diria que as duas maiores equipes do ano anterior - e, por acaso, da história da Fórmula 1 - viveriam intensas emoções neste princípio de temporada.
A McLaren defenestrou um dos diretores mais tradicionais. O estreante Martin Whitmarsh, substituto do Ron Dennis, está na mira da FIA e possivelmente dos acionistas de Woking, dependendo do desenrolar das acusações.
Entre os italianos, Stefano Domenicali ainda tenta mostrar alguma qualidade que nos ajude a entender qual a sua serventia no comando de uma equipe de tal porte. Schumacher, por sua vez, não comparecerá aos GPs chinês e barenita. Teria o Michael relação com o desastre da Malásia? Será que até o multicampeão anda perdendo moral dentro da equipe?
A F-1 vira de ponta cabeça. A sensação é a Brawn, o parâmetro de chefe é o Brawn. As grandes de ontem são simplesmente as mais atrapalhadas de hoje.

5 comentários:

Felipão disse...

hehehehehe

e esse pessoal não muda. Elegem seus bodes espiatórios e continuam seguindo com métodos estranhos de trabalho. è o que vc disse, as vezes colocam uma pessoa na função menos indicada para ele e por aí vai...

Ron Groo disse...

O primeiro paragrafo é um primor. Maravilhoso!

Concordo com tudo que disse e acrescento.
Teve um ajudante de faxineiro que virou chefe da equipe. Ai já viu. Aconteceu tudo que está descrito la em cima.

E dá-lhe Ferrari, a equipe caranguejo. No lugar do cavalinho rampante, um caranguejo.

Unknown disse...

Há um conflito que data da morte do comendattore. a equipe foi mantida por Tio Enzo muito independente da fábrica, na busca de manter esse espírito aventureiro. a montadora não gosta disso e pouco a pouco os herdeiros espirituais de Ferrari Vão dando passo à tubarões corporativos.

e o espírito aventureiro vira espírito de porco.

um bom exemplo disso é Steffano. a vida dele era o escritório e jogar solitário quando não tinha mais o que fazer, até que um dia luca di montezzemollo chama ele e manda:
"vai lá e fica do lado do Jean Todt o dia inteiro, eu não confío nesse gordo. e vai aprendendo, ahi daquí uns anos fica no posto"

evidentemente Michael "cai-da- moto"Schumacher não gosta nada do cara, e fica gorando as corridas. por isso vai dar uma boa corrida este domingo, sem a uruca alemá.

Marcos Antonio disse...

é, a Ferrari desde o anopassado está voltando a ser a zona de antes da era Schumacher...

Beatle Ed disse...

Tudo por causa dessa política xenófoba e arrogante de Montezemolo!

Schumacher deve ficar muito puto da vida ao ver aquela equipe que ele ajudou a montar sendo desmantelada.

Imaginem o que deve ser pro alemão assistir a confusão em que a Ferrar se tornou.