Corrida maluca na Malásia, um oferecimento de São Pedro.
GP encerrado com 31 voltas, um oferecimento do Sir Bernie Ecclestone.
O chefão da F-1 teve a brilhante ideia de abusar da sorte e realizar uma prova em momento alternativo, na hora da chuva de cada dia da Malásia.
A estratégia comercial saiu pela culatra. Na tentativa de ganhar público na Europa, perdeu tempo de corrida. A água desceu e impediu qualquer possibilidade de os pilotos se manterem na pista.
Antes do dilúvio, porém, as disputas esquentaram na pista, permitindo que presenciássemos uma série de ultrapassagens.
Na largada, Nico Rosberg pulou para a ponta, deixando Jarno Trulli em segundo. Button perdeu terreno, enquanto Fernando Alonso saiu de nono para terceiro nas primeiras curvas, mas logo seria superado pelo inglês da Brawn.
Kubica e Kovalainen abandonaram já na volta inicial. O polonês, por razões técnicas; o finlandês, por trapalhada própria.
Pesado, Alonso liderava um pequeno pelotão, mas aos poucos foi sendo deixado para trás.
A primeira rodada de pit stops teve início. Rosberg foi o primeiro dos três da frente e acabou perdendo a liderança. Melhor para Button, que parou um pouco mais tarde. A Ferrari soltou sua patacoada para cima de Kimi Raikkonen, colocando pneus biscoito quando a pista ainda estava seca. Todos os demais optaram por trocar os slicks e aguardar a chuva para retornar aos boxes. Quando ela veio, os compostos do ferrarista já haviam se desgastado e sua corrida estava perdida.
Ao menos na estratégia do Felipe os italianos acertaram. Com combustível de sobra, o brasileiro esperou a queda d'água para calçar os pneus de chuva, a exemplo da maioria. No entanto, quem se beneficiou da confusão foi Timo Glock, que escolheu os intermediários e cravou voltas rapidíssimas em relação aos demais, ultrapassando um por um até alcançar o pódio.
Quando a chuva apertou, finalmente chegou a hora de usar os calçados biscoito. O fator visibilidade também contava contra. Rubens Barrichello, que chegou a figurar em segundo, escapou e caiu algumas posições na classificação. Sebastian Vettel rodou e ficou. As equipes iam chamando seus pilotos aos boxes para se ajustar às condições. Houve até quem somasse quatro paradas no total do GP.
A situação insustentável forçou a FIA não só a convocar o safety car, como também acionar a bandeira vermelha logo depois. Simplesmente não havia possibilidades de os pilotos se manterem no asfalto, que àquela altura mais parecia um lago malaio.
Os pilotos estacionaram na reta principal esperando, quem sabe, o improvável reinício da etapa. Raikkonen, ao contrário, desistiu de imediato. O inigualável Kimi tratou de deixar o F60, tirar o macacão e aparecer de bermudinha com um picolé na mão e um refrigerante na outra, enquanto os concorrentes esperavam uma definição da FIA debaixo da chuva forte.
Demorou, mas o gráfico anunciou que era fim de papo em Sepang. Como a prova não superou os 75% da distância programada, cada um dos felizardos que terminaram na zona de pontuação recebeu metade dos pontos correspondentes. Button fez barba, cabelo e bigode para adicionar 5 pontos na tabela. Heidfeld fechou o dia em segundo, com Timo Glock em terceiro. Trulli, Barrichello, Webber, Hamilton e Rosberg completaram os oito primeiros.
O começo da prova foi marcado pelas forças de Toyota e Williams ameaçando o domínio da Brawn. Por enquanto, o time de Jenson e Rubens parece mesmo imbatível, mas não será impossível para as demais equipes alcançá-los.
Dia 14 é o dia D do difusor. O Tribunal de Apelações indicará a validade ou não do aparato aerodinâmico e poderá implicar num momento de mudanças sobre o nível de cada carro diante da divisão de forças.
A audiência é próxima ao fim de semana da corrida posterior, agendado para 19 de abril, em Xangai.
O campeonato tem Button-15pts, Barrichello-10, Trulli-8,5, Glock-8. A Williams não soube aproveitar bem o rendimento do carro neste princípio de campeonato, ao contrário de Brawn e Toyota, que dominam entre os construtores. A Ferrari divide a lanterna com a Force India.
1. Jenson Button (ING/Brawn), 55min30s622 (31 voltas)
2. Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 22s722
3. Timo Glock (ALE/Toyota), a 23s513
4. Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 46s173
5. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), a 47s360
6. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 52s333
7. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 1min00s733
8. Nico Rosberg (ALE/Williams), a 1min11s576
9. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1min16s932
10. Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), a 1min42s164
11. Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1min49s422
12. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 1min56s130
13. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), a 1min56s713
14. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 2min22s841
15. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 1 volta
16. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 1 volta
17. Adrian Sutil (ALE/Force India), a 1 volta
18. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), a 2 voltas
4 comentários:
Kimi foi o único que teve peito para não participar da palhaçada pós-bandeira vermelha!
O Ecclestone quer se tornar mais importante do que o esporte. Pelo menos, com referencia a visibilidade, tem ganhado bastante, já que consegue aparecer mais que toda categoria junto.
Poxa, eu não vi essa cena clássica do Raikkonen, acho que estava distraído e não prestei atenção...pelo menos não perdi o momento em qua a transmissão mostrou Galvão, Reginaldo e Burti juntos! E ainda tenho guardado em dvd, tá pra história, rs
Fiquei chateado pelo fim prematuro da corrida, mas com uma ponta de satisfação ao ver que a decisão de Ecclestone em adaptar o horário aos padrões europeus foi precipitada. Gostaria muito que ele revisse seus conceitos depois dessa, mas o acho muito teimoso e se bobear não vai dar ouvidos a ninguém...
Ateh!
Caro Maciel:
Bernie conseguiu estragar tudo...
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