sábado, 7 de março de 2009

Brawn challenge

"Onde eu fui amarrar minha égua?" deve ser o que se passa na cabeça do Ross Brawn. Ao menos de vez em quando.
O homem de tantas vitórias tirou uma folga de um ano antes de mergulhar numa situação completamente diferente daquela que vinha traçando durante a era Schumacher.
No GP do Brasil de 2006, que marcou a despedida de Michael Schumacher, Ross subiu ao pódio pela última vez graças à vitória de Felipe Massa. Surpreendentemente, retornou do ano sabático numa nova equipe, a inexpressiva Honda. No ano seguinte, torna-se proprietário da mesma, renomeando-a de Brawn GP.
O mundinho do ex-ferrarista deu muitas voltas num curto intervalo de tempo. Do sempre candidato a título até a rabeira do grid. De funcionário a patrão. A única coisa que não mudou foi o respeito que temos por ele. Ainda.
Por mais que um profissional prove o valor que possui, sempre haverá um dúvida sobre seu possível rendimento em condições diferenciadas. Exemplo: para alguns, Hamilton só mostrará se é ou não um piloto completo caso, um dia, encare um carro fraco.
Por essas e outras, normalmente somos traídos pelo próprio pensamento quando alegamos que "ele não precisa provar mais nada para ninguem". No fundo, existe a desconfiança. Porque um novo desafio exige novas habilidades.
O talentoso Brawn coloca seu nome na reta. O que não é ruim, afinal poderia ter escolhido voltar para Ferrari em 2008, mas o gosto pelo jogo extraordinário conduziu a esse distinto rumo, que ele enfrenta sem o menor receio.
Levará algum tempo para descobrirmos se atingirá o sucesso nesta empreitada. As escolhas iniciais foram feitas através de claros raciocínios a longo prazo. E Ross Brawn é praticamente o único ícone que conta a favor. Pilotos, engenheiros, mecânicos, faxineiros, fábrica... Quase tudo é mantido. A diferença é que podem colocar uma faixa na sede de Brackley: "Sob nova direção". Está na hora de ensinar aos japoneses como se faz.
Para ser franco, não concentrarei minha torcida numa equipe que só foi salva para fazer volume no grid. Uma coisa é torcer para a Brawn, outra é para o Brawn. A escuderia pode nem durar tanto tempo na F-1, mas registro aqui meu desejo de presenciar um bom trabalho do grande dirigente que assumiu a responsabilidade para tocar tudo adiante. Espero que reafirme a sua brilhante capacidade de comando. Existem profissionais que fazem história mas encerram a carreira por baixo. Ross merece cravar sua trajetória nivelado por cima.

4 comentários:

Aderson disse...

Talvez o maior empecilho para o desenvolvimento da Brawn GP seja o orçamento atual, bem pequeno.
Mas capacidade e determinação eles tem muito.
Volto a relembrar a BAR que de 99 a 2003 teve resultados inexpressivos enquanto o Craig Pollock e o Jacques Villeneuve dirigiam a equipe. Porem quando o David Richards assumiu unicamente a frente da equipe foi aquele desempenho fantastico em 2004.
Não quero dizer que vai ser a mesma coisa agora com o Ross Brawn, mesmo porque existe uma diferença enorme no orçamento de 2004 e o de 2009. Mas que havendo pessoas serias a frente da equipe, já existe uma esperança que ela vai melhorar. O Ross Brawn teve tempo suficiente pra pular fora mas não quiz. Provavelmente enquanto estava chefiando a Honda ele tenha visto os pontos errados e sabia como corrigi-los. Se estava certo nas suas ideias só 2009 poderá dizer.

Ron Groo disse...

Talento é algo inegavel a Ross, e agora podemos juntar as suas qualidades mais uma adjetivo: Corojaoso.
Se a Turtles fracassar, é o nome dele que estará na baila, até porque de Ruimbens e Button ninguém espera mais nada.
E me parece que Mike Gascoyne está no time também. Vixe!
Vamos juntar outro adjetivo à talentoso e corajoso: Louco!

kimi_cris disse...

O Brawn tem uma grande tarefa pela frente, vamos ver o que ele vai conseguir...

Grande Abraço!

Kimi_Cris

Ariclenes M. Costa disse...

Alguém para fazer companhia a Frank Wilians em meio as Grandes Montadoras.