Fota propõe mudanças

O dia foi cheio em Genebra. As equipes se reuniram para definir uma série de alterações nas regras esportivas e técnicas do regulamento de 2009 e também de 2010. Só pra constar: Nick Fry marcou presença.

A reunião estabeleceu que um formato diferente de pontuação deve entrar em vigor imediatamente, desde que não esbarre na resistência da FIA, claro. Pela primeira vez, o vencedor da prova passaria a marcar mais de dez pontos, o que pessoalmente não me agrada, mas este é o sistema: 12-9-7-5-4-3-2-1. Todos desejam dar mais peso à vitória, porém num grid tão pobre, não se faz necessário uma zona de pontuação tão extensa. Se a regra dos seis retornasse, ou se um sistema com sete fosse lançado, seria bem recebido. De qualquer forma, a escolha da Fota não é mau negócio. Infinitamente melhor que o patético modelo olímpico de Bernie Ecclestone.

Antes que perguntem... Sim, em tese, o provável novo sistema também daria o título ao Massa.

Outra proposta para 2009 é a divulgação da quantidade de combustível antes das corridas e sessões obrigatórias de autógrafos, como formas de agradar ao público.

O esforço para atrair a atenção dos espectadores não para por aí. Em 2010, ano em que o reabastecimento será proibido, os mecânicos devem ser identificados com números nas costas para permitir que as imagens gravadas sirvam de base para análises do procedimento e observações posteriores. A associação de escuderias espera uma melhoria significativa das transmissões. Estuda-se o aumento das exibições de conversas via rádio, bem como o uso de recursos gráficos, como sugerem as imagens abaixo.

A entidade pôs em pauta uma mudança que reduz a distância dos GPs de 300km para 250km, diminuindo o tempo limite das provas de 2h para 1h40min.

Uma penca de padronizações e limitações deverão implicar na queda de 50% dos custos dos carros de 2010 em relação à atual temporada.

Investimentos em aerodinâmica precisarão declinar pela metade. O modelo utilizado no túnel de vento terá, no máximo, 60% do tamanho real, e a velocidade não passará dos 50m/s. As equipes poderão despender parte do tempo de uso do CFD no trabalho com o túnel de vento ou vice-versa, ou seja, devem apenas respeitar o limite de trabalho no setor aerodinâmico.

Algumas partes do carro poderão sofrer poucas atualizações durante o ano. Uma atualização para as suspensões; três para tampas de motor, laterais, difusor, assoalho e dutos de ar; e cinco para os aerofólios. Já os freios serão homologados.

O desenvolvimento da transmissão ficará congelada durante o período que vai de 2010 a 2012. Pilotos terão direito a quatro caixas de marcha por temporada.

O KERS, a telemetria e o sistema de dados serão padronizados.

São muitas novidades, algumas podem até ter passado batido por aqui.

Fico imaginando como uma reunião dessas pode acabar em tão pouco tempo... Mas o importante é que a Fórmula 1 está usando estas duas temporadas para provocar mudanças radicais, visando reduzir os gastos, atrair o surgimento de novos times, buscar mais ultrapassagens, romper com o ambiente altamente sigiloso e se aproximar do público, que no fim das contas é quem paga todo o espetáculo.