terça-feira, 11 de setembro de 2007

Vai que é tua, Galvão!

Nunca uma falha ocorreu tão cedo quando nesse fim de semana. O tradicional Bem, amigos não iniciou a transmissão, o diretor deve ter dado a ordem antes do tempo, e o Galvão começou com um estranho "Monza, o santuário de Monza...".
Depois ele começou a falar do novo episódio da espionagem, com uma pequena confusão entre as equipes: "Teremos julgamento com a McLaren, com os dirigentes, até com os pilotos Hamilton e Alonso e até o piloto de testes da Ferrari, o de la Rosa".
Terminando o aquecimento, ele já parte para ignorância, ainda se referindo ao Stepneygate.
"O que pode acontecer? São 3 possibilidades... Um: não acontecer nada, o que é praticamente impossível; dois: a McLaren perde todos os pontos; três: a McLaren perde os pontos de construtores e mantém os de pilotos; quatro: a McLaren ser excluída desse e do campeonato de 2008". Tenho a mera impressão de que esteja sobrando alguma possibilidade por aí... mas a vida segue assim mesmo, vamos em frente.
"Ninguém é suficientemente grande na F1 se não vence em Monza ou em Mônaco. E o Rubinho venceu duas vezes aqui". Ah, sim, claro, o grande Barrichello é um gênio mesmo. Mika Hakkinen, por exemplo, é uma porcaria, venceu uma vez em Mônaco e olhe lá, coitado...
Mas o puxa-saquismo não pára por aí, não. O brasileiro estava prestes a garantir uma vaguinha na super pole, e o Galvão já se exaltava: "Seria uma façanha muito grande do Rubinho levar esse carro para a última parte da classificação. Seria uma façanha muito grande...". No final das contas ele não conseguiu. Mas o Button sim, e o inglês deve estar esperando até hoje os elogios do Galvão.
Sem a presença do Burti, o cidadão se complica, a gente sabe bem disso: "Confesso... não deu pra entender nada dessa vez", afirmou o locutor, se referindo à conversa de rádio do Fisichella.
Quando Hamilton fecha sua última volta e não consegue bater o tempo do companheiro, Alonso tira o pé e faz uma volta meio lenta, já que não havia necessidade de andar rápido. Mas deixa que o narrador explica. "Fechou em 1:22.3, é porque a equipe já deu os parabéns a ele, já avisou pra ele que ele é pole. Quer ver?! Vamos dar os parabéns a ele também: Ferrrrrrrrrrrnando Alonso é o pole position para o GP de Monza!". Eu, hein, maneira mais estranha de dar os parabéns...
Na corrida, o Galvão surpreendeu. Cheguei a ser desafiado pelo amigo blogueiro Sakher, que disse ter visto uma das narrações mais objetivas e econômicas realizadas pelo narrador global. Talvez tenha razão, ele errou muito pouco no domingo, mas mesmo assim deu pra captar algumas. Poucas, é verdade, mas algumas.
Quando a câmera mostrou o Coulthard na barreira de pneus, o locutor não quis nem saber de ver o replay e, nas entrelinhas, já foi atribuindo ao piloto a responsabilidade pelo acidente. "É como eu disse: nesse carro, nessa pista, com essa pressão aerodinâmica...". A batida ocorreu porque a asa já danificada do escocês se arrebentou toda ao ser lançada pela força do ar sob o RB3, portanto ele não enfiou a cara no muro por erro próprio. Algo semelhante Galvão fez em Nurburgring, quando o pneu de Hamilton explodiu mas ele foi logo culpando o inglês.
No rádio, Trulli conversava com a equipe, e dá-lhe Galvão: "Olha só, ele disse 'vamos tentar o Charlie'. Isso é algum código, deve ser algum botão que começa com C, não é não, Burti?". Botão que começa com C... Haja imaginação, amigo... onde será que ele foi inventar essa... O comentarista, meio sem jeito, começou a responder com o mínimo de sutileza, claro: "não necessariamente, Galvão...".
Lewis Hamilton ia entrando nos boxes e então... "Aí o Hamilton vai pra pista". O narrador parecia mais apressado que o piloto, mas o mesmo não ocorreu quando Rosberg passou Button e assumiu a 6ª colocação: "Rosberg assume a 7ª posição!". Concentra, concentra aí...
Durante um pit stop: "Olha só a câmera colocada no capacete do mecânico. Se bober dá até enjôo!". Está aí um comentário que não poderia faltar. Sábias palavras.
Quando Kubica ultrapassou Rosberg, Reginaldo abre a boca e dá um toque no Galvão para acordá-lo. "Confesso que não vi a ultrapassagem, estava olhando aqui no computador...". Legal, dessa vez teve até desculpinha...
Mas num instante da prova, quando Kimi estava em segundo, o locutor surpreendeu, fez o que talvez nunca tivesse feito anteriormente: "O Raikkonen vai ficando 7 pontos à frente do Massa e esse seria o momento de a Ferrari escolher o Raikkonen como primeiro piloto. Essa é a verdade, sem nenhuma patriotada". Por essa ninguém esperava, quem diria, hein...? Se bem que foi só ele falar a favor do Kimi que chegou o Hamilton e passou sem dó nem piedade.
Agora para encerrar as escassas pérolas do domingo: ele narrava a tocada do Alonso, com o gráfico de sempre, junto com a câmera onboard, já na última volta, gritando coisas to tipo "ataca a zebra!" quando na verdade ele passava limpo e suave, não atacava coisa nenhuma, a vitória já estava garantida. Na reta que leva à curva Ascari, a exaltação continuava. "Quinta, sexta, cadê a sétima? Encheu o motor! Em que marcha será feita a Ascari?!" Eis que o gráfico some na hora. Aí não tinha jeito, era melhor chutar. "... Quarta!". Bem, temos que reconhecer, não foi um chute tão ruim, né?
Para quem achou pouco dessa vez, não há com o que se preocupar, afinal o GP da Bélgica já é nesta semana e ele com certeza vai se redimir. Até porque, se é para cometer deslizes, que seja feito logo um trabalho completo, embora uma narração mais sensata, como essa da Itália, também não faz mal a ninguém. A verdade é que ele foi bem melhor nesse fim de semana, acho que não tem como negar.

8 comentários:

Anônimo disse...

Quer dizer você realmente paga por TV a cabo (ou os picaretas da SKY...) pra assistir "Bem, amigos"...????????

Enfim, estreiei como ouvinta da CBN no fim de semana e não vai ter volta. Globo não tem jeito enquanto o Gagá Bueno estiver no microfone.

Anônimo disse...

Olá Felipe,

Esses posts ainda vão dar um belo livro.

abs

Unknown disse...

Outra coisa que gostei, foi quando o Galvão pediu pra Globo mostrar como a McLaren atacava a zebra e como a Ferrari atacava, pra mostrar que o carro da McLaren é melhor nessas situações. Só que a Globo colocou o replay da largada, depois disso, Galvão não tocou mais no assunto.

Anônimo disse...

Pois o Galvão tá treinando a Mariana Becker pra ficar no lugar dele quando (se) ele morrer...

Pezzolo disse...

falaram muito do push charlie mas ninguém explicou o que isso significa até agora1

Anônimo disse...

Eu gosto do Galvão. E engraçado o Bauer né? Ele gosta do Murray Walker, que é o Galvão Inglês...Ah vá!
Felipe. amanha é aniversário da Déa F1 Girl...deixa um recado pra ela no post que eu fiz tá? sai amanha as 8 da manha.
Groo
E todos que leêm podem fazer o mesmo a Dea é gente boa pra caramba.

Blog F1 Grand Prix disse...

O Galvão foi bem dessa vez! Para mim, só se enrolou com o tal "Botão Charlie" hehehe

No fim, chegou a reconhecer que o Raikkonen poderia ser escolhido como primeiro piloto da Ferrari. Que isso, hein??

Grande abraço!

Net Esportes disse...

Vale destacar o Reginaldo Leme nessa prova também: qdo o Massa parou ele disse "Só pode ser mudança de estratégia" aí qdo ele abandonou veio e disse "Não poderia mesmo ser mudança de estratégia"

depois qudo o Hamilton saiu atrás do Kimi ele disse "Chegar é uma coisa, passar é outra" (frase do Galvão) daqui a pouco o Hamilton passou e ele vem e diz "Passar é difícl mas às vezes acontece" dã dã ........ e sempre eles vem com papo "foi uma das melhores dos últimos tempos", ou "como nos velhos tempos" e já teve um monete esse ano e ano passado............. tá loko
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