sexta-feira, 20 de julho de 2007

Conflitos do plim-plim

Agradecimentos à blogueira Mara, que indicou o post fielmente reproduzido abaixo, em itálico, sobre a confusão envolvendo o locutor Galvão Bueno e o diretor de esportes Luiz Fernando Lima, membros da Rede Globo.
Quem estava mais apático na final da Copa América, Galvão Bueno ou nossos 'hermanos'? A falta de ânimo na narração da partida entre Brasil e Argentina aconteceu por causa do barraco entre o locutor e o diretor de esportes da TV Globo, Luiz Fernando Lima. Foi briga de cachorro grande. O narrador reclamou com o todo poderoso que era 'blasfemoso' ter que narrar o jogo no estúdio e que ele dava audiência para a emissora. "Se você não está contente, que saia", teria respondido Lima. Rolou palavrões e por pouco os dois não sairam no tapa. A Globo recebeu vários e-mails reclamando da falta de emoção do narrador na partida. Teve gente até que achasse que Galvão havia se desentendido com Arnaldo Cezar Coelho. O narrador não foi a Venezuela porque estava escalado para cobrir o Pan. A emissora tratou o assunto como uma simples discussão de trabalho. As pazes foram seladas durante um jantar.
Antes que alguém pense que eu enviei algum e-mail para a Globo, já vou adiantando que nem sequer percebi alguma diferença de sua atuação no jogo do Brasil. Para mim, tudo estava nas mais perfeita ordem, mas parece que o pessoal estava mais ligado do que eu.
Não quero me prolongar sobre a discussão entre os dois profissionais, até porque não tenho muita informação relacionada ao caso. Gostaria de argumentar aqui a favor do Galvão em oposição às críticas que recebe do público brasileiro.
Esse episódio só serviu para mostrar o quanto o seu trabalho é complicado, não apenas por causa das razões técnicas - que não pretendo abordar neste post -, mas sobretudo pela aceitação dos telespectadores.
Como já foi dito anteriormente, "a Globo recebeu vários e-mails reclamando da falta de emoção do narrador na partida", provando as divergências existentes entre os próprios brasileiros. Estou cansado de ler nos blogs opiniões revoltadas que acusam o locutor de ser excessivamente ufanista, de cometer muito erros e reconhecer poucos deles, além de gritar exaltado em certos momentos da transmissão.
Fica claro que a maior parte do público aprova o nacionalismo alardeado pela voz do narrador. Se faltou emoção na opinião de tanta gente, é porque a emoção e o grito andam juntos; um tom sereno definitivamente não empolga ninguém. E se ele erra acima da média, é porque se arrisca mais que os outros numa profissão que é feita de improvisos. Talvez não tenha a mesma aprovação de um Murray Walker por evitar levar suas falhas na esportiva e não abrir espaço para a auto-crítica em público.
Quer queira, quer não, Galvão Bueno é o maior narrador da história nacional. E pra quem não gosta, vale a adaptação de uma frase uma vez proferida por Winston Churchill: "a democracia é o pior sistema, com exceção de todos os outros". Assim sendo, pode-se dizer que o Galvão é o pior locutor brasileiro, com excessão de todos os demais. Já que é impossível agradar a todos, ele tenta narrar de acordo com o gosto da maioria. A minoria que faça seu modesto protesto em vão, enquanto ele ganha milhões para fazer o que ninguém aqui faz igual.

6 comentários:

Anônimo disse...

não gosto do Galvão....
falopor mim, e o q me incomoda nele, não o fato dele gritar ou ser nacionalista, emotivo ... o q me incomoda é q ele é teimoso, e brigão, pois se existe um narrador para narrar, existe um comentarista para comentar, simples e logico... é o dono da verdade...quem é?

Unknown disse...

Ainda bem que existe a ESPN Brasil, ainda bem que existe o Silvio Luis, esse sim sabe narrar. Quanto ao Galvão, um chato, deveria levar ouro em berro no PAN do Rio.

Rogério Magalhães disse...

Putz, nem fiquei sabendo desse barraco, só dias depois... nem perco tempo vendo Globo quando tenho outra opção, estava vendo na ESPN Brasil...

O Galvão só serve para dar risada depois lendo suas colunas sobre as "galvanadas" a cada corrida da F-1, hehehehehe...

Aliás, curioso como o povo da toda poderosa anda bravinho... lá no remo, teve o repórter que saiu dando tapas em um cinegrafista... maracujina neles!!!

Anônimo disse...

Caro Felipe:

Depois de me habituar a ler o seu blog (que já é formador de opinião!), mudei meu conceito quanto ao Galvâo Bueno. Já havia comentado isso.

Não poderia, contudo, deixar de elogiar a sua colocação a respeito das radicais divergências de opinião do público brasileiro. Você é uma pessoa de elevadíssima lapidação (fica claro em sua redação) e sabe comentar e explicar os fatos como realmente ocorrem. As suas ressalvas sempre são ótimas tiradas!

Lamentavelmente, a grande massa de brasileiros ainda é iletrada. Atualmente, as Nações Unidas consideram analfabetos aqueles que não têm, no mínimo, quatro anos de escolaridade. Quase a metade da população brasileira está enquadrada nessa categoria. Pelo IBGE, quem sabe escrever o próprio nome já é contabilizado como alfabetizado. Assim, também é compreensível que a Rede Globo atenda à demanda de sua majoritária audiência.

Estou com você quanto ao personagem! Parabéns, pelo ótimo post.

Carlos Garcia disse...

Gostei do post, Felipe... eu não sou fã do Galvão Bueno, mas não gosto de sair criticando por aí, afinal, ele é mais vidraça do que pedra. Se erra mais que os outros é porquê está mais em evidência que os outros... sobre seu estilo, é algo pessoal que também não deve ser criticado, cada um escolhe o seu, e de resto, ele é um profissional como todos os outros... a diferença é que tem uma paixão tão grande pelo país que as vezes lhe cobre a razão...

São particularidades de cada pessoa!!!

Bela defesa...

Felipe Maciel disse...

Marcus,
fico mais uma vez honrado com seus elogios. Dizem mais o quê? Obrigado!

Garcia,
concordo plenamente com você. Aliás você defendeu o cara muito melhor do que eu. Agora fiquei ainda mais seguro para pensar o que penso, apesar de tanta gente criticar com tanto empenho um profissional tão bem sucedido.
Ah, também gostei da expressão 'ser mais vidraça que pedra'. Boa, essa. Bem interessante...

Abraço a todos