Não foi pra inglês ver

Tudo começou antes mesmo de as luzes vermelhas se apagarem. O motor de Felipe Massa apagou no momento em que alinhava no grid. O brasileiro foi retirado da pista e teve que largar dos boxes.

Hamilton, Raikkonen e Alonso mantiveram suas posições no primeiro trecho da corrida, enquanto Felipe Massa fazia uma excepcional corrida de recuperação, ultrapassando a maior parte do grid em pouquíssimas voltas, a ponto de se colocar na oitava posição após a décima passagem. Nada mal para uma época de intensa aerodinâmica aplicadas nos carros.

No bloco da frente, Kimi Raikkonen começava a descontar tempo do novato da McLaren às vésperas da dança dos pit stops. Hamilton estava leve, foi um dos primeiros a parar. Foi aí que quase aconteceu um desastre: quando o mecânico girou o pirulito para permitir ao piloto engatar a marcha, Hamilton acelerou, lembrando a cena de Christijan Albers na França, quando o holandês deixou o pit lane sem permissão da equipe, carregando consigo a mangueira de abastecimento. No caso de Lewis, ele rapidamente freou, evitando uma falha maior, mas indiscutivelmente perdeu um tempo precioso pela desatenção. Em outras palavras, Hamilton errou. Estava demorando mas veio a acontecer justamente no GP da Inglaterra.

Raikkonen parou depois. Com um pit stop relativamente demorado, voltaria em segundo, após a mudança de estratégia da McLaren, que repôs pouco combustível no carro do Alonso. Durante a segunda perna da prova, os três primeiros ficaram assim: Alonso, Raikkonen e Hamilton. Massa vinha em sétimo, atrás de Fisichella, mas sem conseguir manter o bom rendimento anteriormente apresentado.

Os abandonos nem foram poucos, nem foram muitos. A Toyota, que parecia estar em condições de apresentar um resultado melhor neste fim de semana, decepcionou com a retirada de ambos os pilotos. O motor de Adrian Sutil fumou, o americano Scott Speed, que quebrou a suspensão num toque com Alex Wurz, também deixou a prova. Anthony Davidson e Mark Webber completam os seis que não terminaram a corrida.

Com a terceira rodada de pit stops, o rendimento superior da Ferrari bateu a estratégia da McLaren, e assim Raikkonen assumiu a liderança, seguido por Alonso e Hamilton. Massa ganharia algumas posições e voltaria entre as BMW de Heidfeld e Kubica. O brasilerio não economizou suas investidas sobre o polonês, mas perdia pressão aerodinâmica nas curvas de média de Silverstone e sofria com as saídas de frente de seu F2007. Por fim, terminou em 5º, seguido por Nick Heidfeld e pelas Renaults de Heikki Kovalainen e Giancarlo Fisichella.

A chamada posição dos bobos ficou com Rubens Barrichello, que fez uma corrida apagada com sua estratégia de parada única. Como de praxe, superou a Honda de Jenson Button, 10º colocado.

Coulthard veio logo depois. As Williams fizeram 12º e 13º, com Rosberg e Wurz. Sato, Albers e Liuzzi também chegaram ao final da prova.

Apesar de toda a expectativa criada pelos ingleses, Lewis Hamilton foi superado pelo companheiro Fernando Alonso e pela Ferrari de Kimi Raikkonen. Caso a corrida do Massa não fosse prejudicada pela queda do motor, muito provavelmente o brasileiro tiraria o pódio do novato, não só pelo erro de Lewis, possivelmente causado pela pressão psicológica em sua terra natal, como também pela má escolha de pneus, além de um carro visivelmente inferior à Ferrari.

O campeonato mudou. Raikkonen passou Massa na classificação e a diferença do líder para o segundo colocado caiu para 12 pontos.

Pela segunda vez no ano, o vencedor não contornou a primeira curva da corrida na liderança, sendo que a primeira foi justamente na etapa anterior, o GP da França.

O campeonato entra agora em sua fase mais importante. A McLaren tem a vantagem dos pontos, mas a Ferrari recuperou a boa forma. Até o GP da Europa serão duas semanas de intervalo, tempo suficiente para a situação mudar. Outra corrida completamente indefinida está por vir. Temos mais meio mundial pela frente, e a disputa continua apertada, como deve ser até o final.