O narrador abriu sua série neste sábado enquanto falava sobre as condições da pista no comecinho da sessão. "Olha, 2,4 m/s é vento pra caramba. Você multiplica por 60 pra ver quanto dá em minuto e multiplica de novo por 60 pra ver quanto dá em hora". Fazendo as continhas daria 8640 m/h. Alguém tem noção do que significa isso? Se ele não tivesse fugido das aulas de física saberia que seria bem melhor multiplicar por 2,4 por 3,6 para achar 8,64 km/h. Agora que ficou mais fácil, responda você: é forte ou é fraco?
Numa volta passa o Raikkonen contornando a penúltima curva na marcha mais lenta, na outra volta a câmera onboard era a do Kovalainen. E o locutor curioso caiu pela milésima vez na mesma trapalhada de sempre: "Vamos ver se ele também faz de primeira essa curva... Ah, obrigado... tiraram...". Sim, o gráfico sumiu bem na hora que ele queria ver, como já é de costume.
Câmera onboard no Nick Heidfeld. "E aí o Mark Webber!". Nessa ele se superou, aí não tem nem discussão, o que que tem a ver BMW com Red Bull? Concentra, amigo, concentra...
"A maioria dos brasileiros torce por um título do Hamilton. Pelo que a gente ouve e pelo que os brasileiros dizem, a maioria torce para o Hamilton". Essa não é bem uma galvanada. Quem conhece a peça sabe que essa declaração é um reflexo de como será a sua narração no GP do Brasil, e já pode ter uma idéia antes mesmo de a F-1 chegar lá, basta ver o que ele acabará dizendo no final deste post.
Galvão procurava o bicampeão em seu complexo computador enquanto a TV pegava o Fernando onboard já completanto a primeira parcial de sua volta rápida. "Vamos ver o Alonso... deixa eu ver o Alonso aqui... Vai abrir a volta, o Alonso. Vai abrir a volta agora!". Onde é que estavam o Burti e o Reginaldo que não acordavam o cara pra vida nessa hora, hein?
Na corrida, ele preferiu aquecer antes mesmo da largada. "Vejam aí, esse é o Charles Whiting. E não é normal o diretor de prova andar pelo paddock antes da corrida". Exato. E continua não sendo. "Pelo paddock não, perdão, pela pista", corrigiu.
Numa conversa de rádio, a Honda diz para Rubens que a chuva cairá em 5 minutos, daí o locutor finge estar indignado e faz sua graça: "Também já estão querendo saber demais. Tão querendo mandar na chuva já, tão querendo mandar na chuva...". Esse é o Galvão...
Adrian Sutil vai parar fora da pista, depois retorna e segue sua corrida. "É melhor coisa que criaram, essa área de escape. Se fosse brita, ele abandonava, entrava o safety car e parava a corrida. Foi a melhor coisa que fizeram pelo andamento da corrida, espalhando essas áreas de escape". Agora a melhor parte: "Se você quer ter corrida de F-1 na sua casa, então substitua brita por área de escape!". Eita...
"E vem de novo! Lá vem ele de novo! Quer dizer, isso é replay, mas ele vem de novo!", berrava, se referindo às imagens recuperadas do ataque de Ralf Schumacher sobre Liuzzi, que terminou com o alemão fora da pista.
"Olha o Kovalainen se vingando... Tomou o X". Era o Fisichella brigando com o Button, que aliás nem conseguiu completar o X.
Kubica ia encostando, ninguém identificava nada de errado no carro dele, mas especulação é que não falta. Burti dá seu estranho pitaco, diz que algo pode ter quebrado no lado direiro traseiro, mas Galvão foi além: "Tá com cara de ser motor".
O narrador conseguiu entender a conversa de rádio do Fisichella, e aí se animou, como não podia deixar de ser. "Come on, come on! Acelera isso aí, cara!". Pronto. Bastou para que começasse a contar a historinha de sempre. Disse que no tempo da Sauber, o Massa havia dito que o engenheiro do Fisico fazia o mesmo, em contrapartida Burti falou do dia em que Schumacher brigou com o Ross Brawn por causa desse incentivo. Enfim, nada que quem estivesse acordado assistindo não tivesse escutado em oportunidades anteriores.
Depois do abandono de Hamilton, a TV mostrava a reação da McLaren, e o locutor dizia que o time estava numa tristeza geral, mesmo com os dois pilotos na briga pelo título, e aquela coisa toda. "O Alonso deve estar igual ao Zagallo dizendo: 'Vocês vão ter que me aturar!'". A frase não era bem essa mas tudo bem.
Agora, finalizando, podemos retomar aquilo que foi dito ainda no início, no treino de sábado, quanto à preferência dos brasileiros pelo Hamilton. Fica claro que o narrador global vai torcer escancaradamente para o inglês, e desde já começa o sensacionalismo sobre o disputa final do campeonato: "Daqui a duas semanas, em Interlagos, é Alonso contra o mundo!". Pra isso virar um duelo do bem contra o mal pouco custa, pode esperar.
Encerramos aqui o penúltimo Vai que é tua do ano. Tá acabando mas ainda temos o GP do Brasil, onde ele pode caprichar se quiser, e não tem razão para não querer. São apenas duas semanas, depois o Galvão tira umas férias desse blog e vai se recuperar para o ano que vem.
Edit: O blogueiro Rafael Sales estava ligado na corrida e captou o momento em que o narrador anunciou o "GP do Brasil no dia 21 de abril". O cidadão fez a rima mas errou a data. Eu sabia, o cara não quer tirar férias aqui, não. Gosta de trabalhar, esse Galvão.
7 comentários:
Nossa, fiquei até triste, é o penúltimo Vai que é tua do ano!
vc se esqueceu da hora q ele disse: GP do Brasil dia 21 de abril
O pior de tudo será quando o Gagá Bueno estiver narrando a corrida do bebê Cacá Bueno: "Vai filhinho, dá essa vitória pra papai Bueno....." Vai ser phoda!!!
Acho que o "vocês vão ter que me aturar" era o recado dele para os telespectadores...
Muito manjada a história do engenheiro do Físico... haha... é muito Gagá msm!
É verdade, como a Aline disse lá em cima, é o penúltimo "vai que é tua" do ano...
Essa aí do G.P. Brasil em Abril foi a melhor de todas. Eu também não tinha me dado conta, mas lembrei agora e não contive um risadinha.
Apesar de tudo, eu até gosto do Galvão. Sem ele não tem graça...
Grande abraço!
Gustavo
Ele tambem disse que o Kimi tava brigando / na frente do Hamilton.. quando era na verdade o Alonso pois aquele já tinha saido da corrida faz tempo...
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