terça-feira, 23 de outubro de 2007

Vai que é tua, Galvão!

No último treino do ano, quem mais participou das galvanadas foi Felipe Massa. O brasileiro foi para a pista no Q1 e virou lento em sua primeira volta, ficando em 22º. Quando foi para pisar fundo de verdade, o gráfico fazia a comparação com o tempo de sua volta com o do 16º colocado, mas o narrador pensou que estavam comparando com o Lewis, primeiro naquele momento, e já começo a se exaltar: "Veja que o Felipe já passou mais de meio segundo mais rápido que o Hamilton. Tá em casa, tá à vontade aqui, se dá bem com a pista...". Foi um puxassaquismo daqueles...
Sobre a questão do propulsor do espanhol: "O Alonso vai sofrer com o motor de segunda corrida. Os outros pilotos têm motor para 500km, o Alonso tem motor para 1000km". Esse é o Galvão, trocando as bolas como sempre!
Recebi uma forcinha do amigo Rogério Magalhães nas pérolas de sábado. Esta eu percebi parcialmente, o Rogério ajudou a clarear as idéias e postar mais esta.
No finzinho da superpole, o Massa cruza a linha de chegada e crava uma excelente volta. O locutor reage mais ou menos assim: "Quero ver tomar a pole dele! Quero ver tomar! O Hamilton já desistiu!". Foi só falar que o inglês surpreendeu e passou abaixo na segunda parcial. O Galvão não demonstrou, mas tomou um susto na hora (admitiu no programa "Bem, Amigos"), mas ainda teve sorte de Lewis terminar um pouco atrás do Massa.
Depois quase teve uma síncope enquanto o Felipe dava uma volta a mais no circuito, e nem por isso abriu mão do ufanismo, berrando coisas do tipo "nascido para vencer!" ao final da transmissão.
No domingo, as câmeras da Globo em Interlagos começaram a trabalhar uma horinha antes, antecipando as atividades do narrador.
Depois que passaram um gráfico mostrando as combinações de pontuação para Lewis chegar ao título, Galvão acrescentou a importante observação: "Vou dar mais uma possibilidade de o Hamilton ser campeão. Os três batem na primeira curva e pronto, Hamilton é campeão". Isso, pronto, simples, tá resolvido... Daí Massa ganha e Rubinho chega nos pontos. Boa, amigo!
Debaixo de sol quente estavam os pilotos no grid. Só não peçam para o locutor identificar quem é quem... "Olha só o calor... A toalha na cabeça, jogando água... Nick Heidfeld! Alemão". Tem certeza, Galvão? "Ou Nico Rosberg? É o Rosberg... É alemão também". Pois é, tanto faz, dá no mesmo, ora...
Câmera aérea do plim plim. O trecho em quetão é a parte mista, que o locutor vai comentando, comentando, até fazer o melhor dos comentários. Mas se o Galvão diz, quem somos nós para contradizer? "Eles vêm do Laranjinha e aí entram nessa parte lenta, onde ninguém passa. Mas tem gente que passou...". Pode deixar, pode deixar que ele se contradiz sozinho.
A TV recupera imagens do Hamilton se arrastando pela pista. O narrador global vai à loucura! "Olha o Hamilton aí, tá lento de novo!". Mas será que não é replay, Galvão? "Isso aí deve ser replay, hein..." Tem certeza? E se não for? "É nada, é nada!". É sim, Galvão, é sim! "Ah, era o replay...".
O repórter entrevista Barrichello depois de abandonar a corrida e terminar o ano sem marcar ponto. E dá-lhe Galvão: "Mas todo mundo gostou do Rubinho que viu no Esporte Espetacular, diz isso pra ele aí, Bruno!". Pera lá. Alguém aqui telefonou ou mandou email para eles dizendo se gostou ou se não gostou? De onde será que ele tirou isso? Ah, claro, foi inventado. Ele estava tentando consolar o Rubens, que por sinal deve ter se ficado muito feliz realmente com essa "notícia".
Galvão puxando o saco de um de seus pilotos preferidos: "Esse Kubitça é bom demais, esse Kubitça é muito bom, esse Kubitça é bom demais..." Olha, até rimou.
Vamos fechar com as repetitivas palavras do narrador ao longo da prova, muito discutíveis até. "Hamilton jogou o campeonato fora na curva 2". Nas minhas contas, nunca que aquilo ali era a curva 2. Mas até que ele passou perto, errou por pouco dessa vez.
Agora é melhor eu dar umas férias ao Galvão e deixar que ele se recupere para o ano que vem. Depois do GP da Itália ele já vinha diminuindo o ritmo das galvanadas, correu risco de ser ofuscado pelas marianadas da Becker, que em Interlagos disse que o Hamilton estacionou seu barco no grid, momentos depois de atapalhar um mecânico da McLaren querende sair com os pneus dos boxes, mas sendo interrompido pela repórter, que se posicionou num lugar, digamos, estratégico.
Galvão volta em março. Porque todo grande profissional merece um descanso. Foi mais um ano glorioso para o locutor, tomara que 2008 seja ainda melhor. Como diria ele em sua criativa despedida: Tchau!

11 comentários:

Anônimo disse...

Felipe, menino, tava dizendo ao Ron Groo, nao sei se é por causa da minha conexão discada mas nao consigo abrir a caixa de comentários do blog de vcs lá de casa. Bom, mas esclarecido, deixa comentar.... nao sei se vc pegou eu e dea tivemos que recolher nosso queixo do chão quando a mariana me soltou: "se o hamilton vencer hj vai ser igualar a mansell e montoya que venceram em seus anos de estréia... NA FÓRMULA INDY" hahahahahaha ela é tão boa repórter, mas apanhou feio na F1.

Net Esportes disse...

A do replay do Hamilton foi triste.......

acho que pior que as galvanadas foi a "Nakajimada" básica do Nakajima lembrando seu velho pai ......... era o que podia se esperar dele mesmo !!!!!!! he he

Anônimo disse...

O que está ficando cada dia mais difícil de aturar é a gritaria do Galvão. Faz um dramalhão mexicano durante a corrida.

Eu sempre assisto o VT da corrida, à noite, pela Sportv. Deveriam levá-lo pára fazer um estágio com o Sérgio Maurício. É outro tipo de narração: tranquila, sem gritaria, sem puxa-saquismo, sem querer ser o dono da verdade. Ele apenas troca idéias com o comentarista Lito Cavalcanti, não discute e fica querendo ser o sabichão.

Eu assisto os treinos livres pela Sportv, qdo chega no sábado e tenho que assistir pela Globo eu desisto.
Só vejo a última parte, o Q3.

É uma pena que na Sportv só passa o compacto da corrida, por isso tenho que assistir a transmissão pela Globo.

Anônimo disse...

eu morro de rir das trapalhadas do Galvão. sao mais de 30 anos de F1 si nao me engano, Galvão estaria ficando gagá?!
hehe

Fabio disse...

hahahaa.. tchau, Galvão! Tchau!

Concordo com a Mara, sem ressalvas. O drama que é uma corrida de F1 com o Galvão, pelo amor de Deus! Aliás, a Globo ficou naquela história de Dom Alonso vs. Rapper Hamilton.... o que foi aquilo?! Lógico que terminaram com "é o duelo do bem contra o mal"!! Esquecendo do Raikkonen o tempo todo, ainda por cima. Eles não tem limites!

O Galvão ainda ficou todo atrapalhado com as contas da pontuação final do campeonato... bastava informar, não precisa ficar fazendo conta no nosso ouvido.

Até março!

Anônimo disse...

Perdi os comentários do Galvão, mas obrigada pro refrescar a minha memória. Pena que no reprise do Sportv é outra narração. Enfim, preciso arrumar a corrida da Globo pra assistir. Deve ter sido hilário!!

Marcio Kohara disse...

Uma defesa pro Gagálvão. Pô, Felipe. Quem trocou as bolas foi vc. O motor do Alonso, como foi o mesmo utilizado na corrida da China, estava em sua segunda corrida, logo, para 1000 kms. O do Raikkonen e do Hamilton, como eram novos, deveriam durar apenas os 500 kms. Ele tava certo. =OP

E... A passagem da comparação de tempo com o do 16º, na Q1, foi pior do que vc descreveu.

O Massa passou meio segundo abaixo do tempo, e começou o show de elogios descrito. Na segunda parcial, ele passou um segundo e meio abaixo do tempo comparado.

O Galvão ficou ainda mais empolgado. Daí o Burti avisou que era comparação com o 16º... =OP

Mas a gente se diverte com o Galvão. Pena que ele se leva a sério, e acha que é infalível. Aí fica pior.

Abraço!

Felipe Maciel disse...

Kohara, a questão do motor pode até ser isso mesmo, eu não tinha pensado por esse lado, havia interpretado o significado dos números de forma diferente.

Vejo que isso abre espaço para 2 interpretações. A minha foi a de que restavam 500 km para o propulsor do Alonso, mas também podemos entender como a distância anteriormente rodada, como você disse.

Como ele disse que Alonso tinha motor "para 1000km", imaginei que se referisse a um propulsor com o potencial para mil km...

De qualquer forma, uma galvanada a mais ou menos não faz muita diferença. Pra você ver a que ponto chegou o Galvão: a ambiguidade se tornou sua defesa hehe

Abraço a todos

Anônimo disse...

Galvão, por favor, naum vá embora, vc é fundamental pra deixar as corridas mais engraçadas! Se sair perde a graça!

Mas aih, essa do barco foi foda, minha mãe deu um pulo do sofá (tadinha, torcendo pro Hamilton, ela naum via uma corrida completa desde Imola - 94 e ele me faz aquele papelão...)

Blog F1 Grand Prix disse...

Ah, não! Mentira que a Mariana Becker falou essa do "barco"??Incrível! Superou todas as do Galvão tranqüilamente hehehe

Grande abraço!

Gustavo

Rogério Magalhães disse...

Pior que essa do barco da Mariana Becker eu perdi... mas a corrida no domingo foi pródiga também... a do "é replay, não é replay" do lance do problema do Hamilton com botão foi soda mesmo...

Agora, risadas com o Galvão na F1 só ano que vem... se bem que ainda tem a Stock-toc-toc para soltar as dele...